Suspeito de participar de massacre em Suzano detalhou ação 5 meses antes

Cinco meses antes de Guilherme Taucci, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, entrarem na escola estadual Raul Brasil, em Suzano (Grande São Paulo), para matar ex-colegas e funcionários, o adolescente de 17 anos suspeito de participação no massacre detalhou em conversa pelo WhatsApp qual seria sua “estratégia para fazer um atentado” na unidade de ensino. O jovem foi apreendido na manhã de hoje.

No bate-papo com um interlocutor ainda não identificado pela polícia, o jovem dá detalhes da como seria a ação. Segundo a polícia, o suspeito disse que queria ter atuado na matança, mas que foi excluído pelos dois criminosos.

O caso está sob segredo de Justiça. O UOL obteve acesso à decisão da juíza Érica Marcelina Cruz, da 1ª Vara Criminal de Suzano, de apreender o adolescente e a novos elementos que embasaram a apreensão. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do adolescente. Na conversa do dia 18 de outubro do ano passado, que consta na representação feita pela Polícia Civil à Justiça, o suspeito disse que a estratégia se baseava em “alguns jogos”. “Nos baseamos em alguns jogos para pensar nisso, tipo matar uma galera”, disse o suspeito.

Na conversa, ele ainda citou alguns fatos que não ocorreram no massacre: como o uso de granadas e estupros. O rapaz disse ainda que tinha “esboços” sobre o ataque e que iriam morrer “pelo menos uns 15” e elencou a sequência de como as mortes aconteceriam. Suspeito mandou mensagem para autor após massacre Logo após o massacre, o terceiro suspeito disse em um grupo de WhatsApp, segundo consta nos autos, que Taucci fez “igual os meus planos, era bem na hora do intervalo”. “Mano, eram dois atiradores, foi tudo planejado”, e completa: “mano, foi o Taucci, um atirador tinha um machado, que a gente foi comprar”. Ele também mandou uma mensagem para o próprio Taucci: “Teve um tiroteio dentro da escola. Mano, dois adolescentes e eles se mataram. Taucci, um dos atiradores tinha um machado igual o seu”. O adolescente de 17 anos diz não ter ficado surpreso com o crime, por ser uma coisa que “faria mesmo”. “Porém a minha irmã estava lá”, disse. A irmã dele também é aluna do Raul Brasil e, segundo depoimento de testemunha, teria sido poupada por um dos autores do massacre.

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