Entramos em mais um fim de semana. Graça de Deus que devemos, sempre, agradecer. Aliás, um fim de semana prolongado, já que teremos um feriado nacional na segunda-feira. Dia 15 de novembro celebramos o 132º aniversário da Proclamação da República. Neste dia, no ano de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca saiu de sua casa, no centro do Rio de Janeiro – acompanhado por cerca de mil militares -, para estabelecer que o Brasil deixasse de ser uma monarquia e passasse a ter o sistema de governo republicano. Claro que sua atitude estava ancorada pelo apoio da burguesia cafeeira da época; pelo exército, influenciado por ideias positivistas (que defendia, entre outros pontos, o progresso contínuo) e por querer participar mais efetivamente da política no Brasil após a guerra do Paraguai; e pela crise enfrentada pelo império. O fato é que uma nova era se iniciou no país, decretando o fim do segundo reinado, dando autonomia às províncias – que passaram a estados -, e garantindo maior poder ao povo. A República confere poderes constituídos a partir da decisão de cidadãs, cidadãos ou representantes.
Um pouco de história para refletirmos sobre a importância da data, principalmente no momento atual. Nossa Constituição, em seu artigo primeiro, estabelece que somos uma República Federativa, “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”, que tem como fundamentos: “a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político”. Isso tem que ser compreendido e insistentemente levado, essencialmente, às crianças e aos adolescentes. No Brasil de hoje, infelizmente, muitos não sabem do que lembramos na segunda-feira. Mais ainda: o que significa vivermos como República. E seja em qualquer esfera, não podemos perder de vista de que o poder emana das pessoas, o que as reverte de uma responsabilidade para a qual, certamente, muitas não atentam. Suas escolhas determinam a direção sob a qual todos viveremos.
Em todo processo de escolha, um das fases é a de recolher, buscar informações sobre as possíveis soluções. Cabe a cada um, para sua correta tomada de decisão, informar-se sobre as opções que lhe são apresentadas. Informação é essencial. Indo a um restaurante, por exemplo, na hora de decidir em qual levar sua família, você se baseia em informações. Certamente, não levaria as pessoas que mais ama a um restaurante que tenha um passado de denúncias sobre a falta de higiene. Na República, se a cidadania é um de seus fundamentos, nos cabe exercê-la com responsabilidade e com a visão de que não queremos errar. Seria insensato indicar o tal restaurante, cheio de denúncias, simplesmente porque somos amigos do dono. Em determinados processos de escolha, errar traz um grande prejuízo a muitos.
Então, celebremos a República, defendendo nossa soberania e exaltando a democracia. Lembrando, sempre, de que o poder que nos é dado pela Constituição deve ser exercido para o bem comum.
*Vice-governador do Maranhão