Suspeito preso pela morte de família no ABC confessa envolvimento e acusa filha do casal morto e namorada de participação no crime

Mais dois suspeitos foram presos pela polícia, que tenta identificar sexto integrante do grupo. Juliano Júnior é primo da namorada da filha do casal: as duas estão detidas. Ele contou que pai, mãe e filho foram torturados antes de serem mortos e queimados.

Romuyuki, Flaviana e Juan foram encontrados carbonizados no ABC — Foto: Reprodução/TV Globo

O terceiro suspeito preso pelo assassinato de uma família encontrada carbonizada confessou envolvimento na morte e ainda acusou a filha das vítimas e a namorada dela de participação no crime, cometido há quase uma semana no ABC Paulista. É o que aponta o depoimento que Juliano de Oliveira Ramos Júnior deu à Polícia Civil após ser preso na segunda-feira (3) e ao qual a reportagem teve acesso. Mais dois suspeitos foram presos. A investigação ainda tenta identificar um sexto suspeito.

Juliano é primo de Carina Ramos, que é namorada de Ana Flávia Gonçalves. Ana Flávia por sua vez é filha do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e irmã do filho deles, Juan Victor, de 15. Romuyuki, Flaviana e Juan foram encontrados mortos e queimados dentro do carro da família, no último dia 28 de janeiro, na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo.

Segundo Juliano disse à investigação da Delegacia de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo, ele, dois comparsas, Ana Flávia e Carina se reuniram para planejar o roubo à casa da família, num condomínio fechado em Santo André, cidade vizinha a São Bernardo. Eles tinham a informação de que lá estavam guardados R$ 85 mil. Como não acharam dinheiro no cofre da residência, a família foi torturada e Carina e Flávia concordaram com o grupo em matar as vítimas.

5 presos e 1 procurado

Juliano teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça ainda na segunda-feira e foi transferido para uma cadeia de presos provisórios em São Caetano do Sul. Ana e Carina estão presas temporariamente desde 29 de janeiro no 7º Distrito Policial (DP) de São Bernardo também por suspeita de participação no crime.

Os outros dois presos são Guilherme Ramos da Silva e Michael Robert dos Santos. A polícia pediu a prisão temporária deles, mas a Justiça só autorizou a de um. O outro, porém, permanece detido em flagrante porque com ele foi encontrada uma arma ilegal, um revólver calibre 22.

Os cinco presos são investigados por suspeita no envolvimento nas mortes do casal de empresários. A reportagem não conseguiu localizar seus advogados para comentar o assunto nesta terça-feira.

A investigação ainda procura identificar um sexto integrante do grupo criminoso, um homem que, segundo Juliano, deu carona para eles após o Jeep Compass da família ter sido queimado em São Bernardo.

A imagem de Juliano e dos outros dois suspeitos detidos não foram divulgadas. Existe a possibilidade de que a Polícia Civil convoque uma coletiva de imprensa ainda nesta terça para confirmar e comentar a prisão.

A polícia pediu a prisão de Juliano depois que a prima Carina apresentou uma nova versão sobre o crime. Em depoimento na sexta-feira (31), ela disse que esse primo a procurou pedindo informações sobre a condição financeira dos parentes de Ana Flávia, a namorada dela.

Polícia investiga participação de mais três pessoas em assassinato de família do ABC

Polícia investiga participação de mais três pessoas em assassinato de família do ABC

Carina disse aos investigadores que percebeu que a intenção do primo era roubar a família da namorada. Mas nega que tenha participado do planejamento ou dado informações ele.

Um dos suspeitos foi filmado junto com Carina um minuto antes de os carros da família saírem do condomínio. Eles carregavam uma moto.

Polícia Civil chamou as duas para prestar novo depoimento na segunda-feira, no entanto, elas não responderam às perguntas da investigação.

Na saída da delegacia, a defesa das suspeitas disse que que elas só vão falar em juízo e continuam alegando que são inocentes no assassinato.

Na sexta-feira, policiais disseram que as duas tinham sido indiciadas pelo triplo homicídio da família, mas no sábado (1°) voltaram atrás e informaram que elas ainda não foram responsabilizadas criminalmente pelos assassinatos.

Carina e Ana Flávia estão presas porque apresentaram contradições nos depoimentos anteriores, segundo a polícia. Inicialmente disseram que não estiveram na casa e que a família estava devendo dinheiro a agiotas. Depois, a informação era de que estavam na casa e as vítimas tinham sido mortas em um assalto.

Imagens de câmeras de segurança mostram que as duas permaneceram por mais de seis horas na casa da família, que fica em Santo André, também no ABC.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *