Como a TV aberta alimentou roteiro de novela e passou a ditar caso Neymar Cena de Najila Trindade sendo carregada pelo advogado virou parte de show da mídia

REUTERS/Amanda Perobelli

REUTERS/Amanda Perobelli Ouvir Felipe Pereira e Luiza Oliveira Do UOL, em São Paulo

O Brasil parou há uma semana desde que o escândalo de Neymar veio à tona após Najila Trindade fazer uma acusação de estupro, revelada pelo UOL Esporte, contra o jogador. A cada dia, novos capítulos da história são acompanhados por todo o país em horário nobre na televisão aberta, que passou a ditar os rumos do caso e ajudou a transformá-lo em um show midiático. Desde sábado, os programas mais populares da TV aberta que passou a ditar os rumos do caso e ajudou a transformá-lo em um show midiático.

Desde sábado, os programas mais populares da TV aberta travam um guerra para contar a história mais saborosa. Apresentadores tarimbados como Luiz Bacci, José Luiz Datena e Roberto Cabrini disputam a preferência do controle remoto em uma disputa “cabeça a cabeça”, transformando o caso em um show, seja pela relevância da pauta ou pela grandeza do personagem. E conseguem pautar sua audiência. Nas ruas não se fala em outro assunto.

Do outro lado, cada notícia mínima – seja um print de WhatsApp, um frame de vídeo ou cenas gravadas em celular – é estrategicamente repassada pelas equipes dos dois protagonistas, Najila Trindade e Neymar, com o objetivo de ganhar apoio popular, espalhar a informação para o maior número de pessoas e assumir as rédeas da narrativa mais maratonada que Netflix sem spoiler no domingo à noite.

O escândalo surgiu no último sábado à tarde. Logo depois, Neymar pai entrou em ação para defender o filho ao vivo. Participou por telefone do Brasil Urgente, de José Luiz Datena, dizendo que se tratava de uma armadilha. Na segunda-feira de manhã estava no “Aqui na Band”, com Silvia Poppovic e Luis Ernesto Lacombe. No programa, Neymar pai fez propaganda do Instituto Neymar e até se viu entre panelas de fogão com os apresentadores. O entrosamento não era por acaso. O responsável pela atração, Vildomar Batista, é diretor artístico do instituto que leva o nome do acusado de estupro. Estava tudo realmente em casa. Ou na cozinha.

A participação na Band era só o começou de como a cobertura televisiva teria protagonismo no decorrer do inquérito policial. Até então, Neymar dominava os holofotes, o que foi impulsionado também por seu manifesto no Instagram no sábado à noite. Já Najila permanecia em silêncio e sob anonimato, já que seu nome não poderia ser divulgado por se tratar de uma vítima.

 

 

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