Fonte – Uol
A Polícia Civil do Rio cumpre hoje mandados contra 21 suspeitos de integrarem a milícia de Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica. Entre eles, está o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha, alvo de mandado de prisão preventiva. Ferreirinha é suspeito de prestar um falso testemunho com objetivo de obstruir a investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Segundo a Polícia Civil, a ação desta sexta-feira é referente a dois inquéritos, sendo que um deles teve origem nas investigações do duplo assassinato.
A Justiça Estadual do Rio expediu mandado de prisão contra o policial militar no âmbito da Operação “Entourage”, realizada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) em conjunto com a Polícia Civil. Curicica está preso desde 2017. Até 9h30, já haviam sido cumpridos 15 mandados de prisão.
A advogada Camila Nogueira afirmou ao UOL que vai apresentar Ferreirinha a agentes da DH (Delegacia de Homicídios da Capital); o local não foi informado. A Polícia Civil esteve na casa da advogada, na zona sul da capital fluminense, procurando pelo PM. Entre os presos, está Eduardo Almeida Nunes de Siqueira, 38. Ele clona veículos roubados e os repassa para repassá-los. Siqueira é suspeito de ter clonado o carro usado nas execuções de Marielle e Anderson.
Também foram detidos: PM Ricardo Bezerra dos Santos, Ricardinho, lotado no 3º BPM (Méier): chefe do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes PM Leandro Marques da Silva, Mingau, lotado no 14º BPM (Bangu): homem de confiança de Orlando e considerado número dois da milícia Rafael Carvalho Guimarães, Rafael da Merck: clonador de veículos Fábio Conceição da Silva, Tibinha: atua na Boiúna e se reporta diretamente a Orlando Elton Pereira da Costa, Peppa: atua no contrabando de cigarro Sandro Alves Martins, Sandro Negão: clonador de veículos.
Policiais e bombeiros envolvidos A Promotoria também aponta que o grupo de Curicica “conta com a colaboração de funcionários públicos, mais especificamente policiais e bombeiros militares da ativa, que se aproveitam desta condição para práticas criminosas”. Outros suspeitos de integrarem a milícia também são alvos de mandados de prisão. Além de Ferreirinha, outros três PMs e um bombeiro estão na mira da polícia. A Justiça ainda expediu mandados de busca e apreensão que são cumpridos em batalhões da PM e dos Bombeiros, e em celas de presídios onde alguns dos suspeitos estão detidos.
A milícia de Orlando Curicica atua com extrema violência, cometendo execução de testemunhas e tentativas de homicídio de autoridades responsáveis pelas investigações, diz a Polícia Civil. “Os membros dessa quadrilha fazem imperar a ‘lei do silêncio’ entre os moradores da localidade em que exercem o controle criminoso”.
Os investigadores dizem ter comprovado “que a organização criminosa conta com grande poderio armado, aterrorizando e impondo uma rotina de intimidação a moradores e eventuais testemunhas”.