Culto ecumênico e cantata marcam abertura do Natal da Fundaj

Realizada na noite desta quinta (16), celebração reuniu colaboradores da Instituição e público geral na festa natalina dos Bons Ventos

Uma celebração à vida, ao respeito e à diversidade religiosa. Nesta quinta-feira a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promoveu um culto ecumênico, sua tradicional cantata natalina e confraternização no Museu do Homem do Nordeste (Muhne), em Casa Fote, no Recife. A celebração integrou a programação especial do Natal dos Bons Ventos e reuniu outros representantes religiosos de denominações cristãs e afrodescendentes.

O babalorixá Pai Ivo de Xambá, do Terreiro da Nação Xambá abriu a ordem de falas e assinalou a importância da vigia e preservação de um Estado laico. Mas recordou a importância de práticas religiosas no âmbito familiar. “É direito do outro ter o seu sagrado”, defendeu, ao assinalar os desafios das religiões afrodescendentes, como a intolerância religiosa e a invasão dos terreiros. Práticas históricas de violência, que têm início no Século XVI.

O Natal marca a história do nascimento de Jesus Cristo, reconta a fuga de Maria e José para o Egito, a fim de assegurar a vida do recém-nascido e a visita e contemplação dos reis magos, representantes de religiões diversas. Talvez o primeiro encontro ecumênico registrado da História da Humanidade. Presidente da Federação Espírita de Pernambuco, Cristina Pires trouxe uma mensagem de reconciliação e transformação.

“Este é um período onde enfeitamos nossas casas e nossas cidades com luzes. Natal é luz”, desenhou o pastor Ricardo Dutra, da Igreja Evangélica da Família de Jardim São Paulo. “É o renascimento de uma esperança, o símbolo de um ciclo que se fecha e outro que se inicia”, acrescentou. Por sua vez, o padre Fábio Paes de Queiroz, pároco de Casa Forte, parafraseou a literatura bíblica. “A palavra se fez carne para nos fazer mais humanos.”

Após as participações, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, agradeceu e saudou os líderes religiosos. “Liderar em tempo de crise é motivar e cuidar das pessoas. Há um amor que não quer se apagar e não vai se apagar”, disse. Antônio recitou “Ubiquidade”, do poeta Manuel Bandeira. “Esta era a oração do escritor e bibliotecário Edson Nery da Fonseca, que passou por esta Casa e que teve seu centenário celebrado este ano pela Fundaj”, recordou.

O público presente na sala de exibição do Cinema da Fundação, no Muhne, foi brindado ainda com um circuito de apresentações da tradicional cantata natalina da Fundaj. Sob a regência do maestro Jadson Oliveira, o coral formado por servidores e colaboradores da Casa se uniu aos corais convidados Canto no Ponto, Espírita Afag, Sonetto Vocale e Vocal Bom Dia e apresentou canções como “Aleluia”, adaptação de Leonard Cohen.

Na sequência, crianças e adolescentes da Orquestra da Câmara do Alto da Mina emocionaram com o repertório conduzido pelo maestro Israel França. Estavam no programa, a “Sinfonia n.º 9”, de Beethoven, e as natalinas “Deixei meu sapatinho/Natal das crianças”. Estas últimas com participação especial do cantor e compositor recifense Ed Carlos. O encerramento musical ficou a cargo do Coral Viver Casa Forte, da paróquia local.

Diversos brindes foram sorteados para o público no hall do Muhne, onde também aconteceu a confraternização da Instituição. Crianças da Comunidade Lemos Torres, de Casa Forte, e da Biblioteca Comunitária Palmira Gregório, que atende os bairros do Fragoso e Cidade Tabajara, em Olinda, participaram. Além dos colaboradores da Casa, familiares e amigos dos líderes religiosos, cantores e instrumentistas.

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