350 famílias quilombolas sob ameaça em Alcântara?

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, já sustentou mais de uma vez que a base de Alcântara não sofreria expansão a fim de ser alugada para operações de outros países, como os EUA. Não é o que mostram documentos produzidos por grupo de trabalho composto por 11 ministérios, que evidenciam que está em fase avançada um plano de remoção de cerca de 350 famílias quilombolas da cidade em que fica o Centro de Lançamentos (CLA), no Maranhão, segundo revelou a Folha.

Notas técnicas do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial e do MPF contabilizam impacto duas vezes maior: cerca de 792 famílias seriam deslocadas.

A versão do ministro já foi apresentada por escrito e pessoalmente ao Congresso. “Quanto à pergunta sobre se haverá a expansão da área, devo dizer que não. A área estabelecida do centro é aquela já definida. Não existe uma questão de expansão”, disse em uma das ocasiões, em abril na Câmara dos Deputados. “Não se pode afirmar que populações locais interessadas serão diretamente afetadas por ele (Acordo de Alcântara)”, reafirmou em maio, por meio de ofício.

O acordo é pauta prioritária do governo Bolsonaro e tramita em caráter de urgência na Câmara. A intenção é criar uma estatal para locar terrenos e equipamentos para outros países realizarem lançamentos espaciais em Alcântara. A primeira iniciava está sendo tratada com os Estados Unidos, que já assinaram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, passível de aprovação pelo Congresso.

Saiba mais:

Campanha de comunicação do Ministério da Ciência e da Tecnologia para convencer os moradores de Alcântara (Maranhão) sobre as obras de ampliação do Centro de Lançamentos da ilha, que provocará a remoção de quilombolas:

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